quarta-feira, 13 de abril de 2011

Você é realmente livre?

A melhor definição de liberdade que encontrei em um dicionário explica da seguinte maneira: “O ato de ir e vir, ou tomar decisões sem quaisquer restrições”. No entanto muitos entremeios podem cercear a “liberdade”; dentre esses, muitos se tornam natural e as vezes nem percebemos que o limite da nossa liberdade acaba ali. Em algumas situações obviamente louváveis e precisas como: questão de bom senso, de educação, leis entre outras. Mas muitas dessas formas de limitar o ser humano nada mais são do que objetivos paralelos da vida e que são transformadas em atos essenciais para a sobrevivência em um determinado grupo . Exemplos como moda, opções de lazer, comida, religiões e até mesmo profissões acadêmicas tem intensificado seus moldes de maneira mercadológica e de concentração de poder no mundo atual. A propaganda tem se tornado uma arma eficaz na perpetuação ideológica de cada um desses itens. As pessoas vão se concentrando em grupos ou classes como são “NATURALMENTE” direcionadas .
A busca pela forma ideal de beleza, a roupa da moda as comidas finas ou saldáveis. Cinema ou teatro? Livro ou novela? Cerveja ou uísque ? Tênis ou futebol? Tudo isso reflete um padrão de vida.

As religiões principalmente cristãs têm seu crescimento continuo mesmo anterior ao imperador romano Constantino usá-la para fortalecer seu poder contra as invasões bárbaras. Em 380 D.C o imperador Teodósio I decretou o Cristianismo como religião oficial do império que naquele tempo era supremo no mundo ( diga-se de passagem: a conversão de Roma ao Cristianismo teve seu mérito no âmbito político e não puramente na fé; no entanto acredite no que você acha certo). O Cristianismo propõe suas opções à humanidade: Ela crê e segue as leis bíblicas e vai para o paraíso ou do contrario estará fadada ao inferno. Essa filosofia de vida proposta foi uma estratégia antiga que não foi abandonada, mas diluída em formas mais sutis de convencer as pessoas a se converterem a uma vida baseada nos propósitos supostamente bíblicos. A propaganda e programas das religiões cristãs, por exemplo, tem se tornado uma constante nos veículos de comunicação em massa e no financiamento de produções cinematográficas ligadas à religião. No entanto muitas doutrinas são deliberadamente humanas e as pessoas começam a seguir um padrão determinado por indivíduos que a maioria dos seguidores considera sábios, verdadeiros e até mesmo profetas de Deus. Muitas pessoas começam a viver num mundo paralelo e ortodoxo o que era geralmente praticado em sua maioria em algumas religiões de regiões originárias da áfrica e Ásia. Passam a considerar a forma de vida fora do seu grupo como “impuro” e às vezes deixam de participar de decisões importantes na sociedade como política , meio ambiente etc.

Antigamente a profissão acadêmica se valia pelo glamour da formação, da predeterminação e talento vocacional do formando. Mas o mundo se globalizou e se tornou universalmente capitalista onde é importante ganhar dinheiro e gasta-lo na mesma proporção ou as vezes até mais (considerando as dividas que se acumulam no processo de comprar mais e mais). Nesse apetite “voraz do consumismo compulsivo” a universidade se tornou o ponto inicial para a qualificação para uma profissão que possa ser altamente recompensada e assim o individuo poderá suprir as suas necessidades e por vezes até “mudar de grupo” ou classe. A estratégia dos institutos de educação privados propõem nas propagandas exatamente a linha do mercado para convencer que oferece ali o bem sucedido futuro. A publicidade é maciça e incessante. E pouca gente procura se formar pelo instinto da vocação, mas sim, pela recompensa que ganha o profissional que o mercado necessita.

Assim nos tornamos marionetes de um sistema que instiga a vaidade ou propõe o céu conforme suas necessidades de existência, resistência e poder.
Com isso e entre outras coisas mais; podemos concluir que a liberdade seria apenas um estado de espírito? Talvez nem isso.